Vamos ver agora a lamentavelmente lista de pelo menos 10 animais já extintos
Nos
últimos 40 anos, as espécies oficialmente extintas já somam 784. Outras
65 só sobrevivem em cativeiro. Mais da metade dos répteis poderia
extinguir-se, e a Lista Vermelha elaborada pela União Internacional para
a Conservação da Natureza determinou em 2006 que 16.119 das 40.177
espécies avaliadas no mundo devem ser consideradas em perigo.
Golfinho do Rio Chinês (Lipotes vexillifer)
Uma
das espécies extintas mais recentemente. Bastante parecido com o boto
da amazônia, esta variedade de golfinhos emigrou desde o Oceano Pacifico
para o rio Yangtzé há uns 20 milhões de anos. Calcula-se que na época
da dinastia "Han Erya" tinha umas cinco mil espécimes no rio.
Em
1979 a China declarou-o em perigo de extinção, e em 1983 decretou-se
que sua caça era ilegal. Em 1986 a população total estimada era de 300
indivíduos, e em 1990, 200. Seu número seguiu decrescendo rapidamente,
sobretudo com a construção da Represa das Três Gargantas, que alterou de
maneira irrecuperável o hábitat do golfinho. Em 1998 só conseguiram
encontrar 7 exemplares, e os cientistas especularam em levá-los para um
lago próximo para depois trazê-los de volta ao rio quando suas chances
de sobrevivência fossem maiores. Mas uma expedição que percorreu o rio
de extremo a extremo em 2006 não conseguiu ncontrar nem um destes
golfinhos, pelo qual já é considerado oficialmente extinto.
Tigre da Tasmânia (Thylacinus cynocephalus)
Este
mamífero, também conhecido como lobo da Tasmânia, talacino, lobo
marsupial ou Tigre da Tasmânia era um carnívoro marsupial nativo da
Austrália. O último exemplar capturado vivo foi vendido ao Hobart Zôo da
Tasmânia em 1933 e morreu em 1936. Recém então o Governo da Tasmânia
havia declarado o "espécie protegida", mas já era muito tarde.
O
tilacino era muito parecido com os canídeos de outros continentes,
apesar de não ser aparentado com nenhum deles. Era um carnívoro adaptado
à captura de presas de tamanho pequeno ou médio. Tinha um corpo
estilizado, patas finas e rabo igualmente delgado. Sua pelagem era curta
com riscas negras ou marrons na parte traseira, daí o nome de tigre. As
mandíbulas podiam abrir-se até extremos assombrosos, quase como as de
um réptil, e era dotado de 46 dentes.
Antes
da chegada dos colonos ingleses e dos dingos, o tilacino não tinha
concorrência, mas não pôde fazer frente ao novo competidor. Os ataques
aos rebanhos de ovelhas fez com que os pastores e o próprio governo
colonial os considerasse pragas necessárias de extermínio. E conseguiram
antes da primeira metade do século XX.
Quagga (Equus quagga quagga)
Esta
espécie de zebra extinguiu-se completamente na África do Sul
aproximadamente em 1870. Tinha uma pelagem parda (sem riscas) no lombo
nos traseiros, e de riscas negras na cara, pescoço, costados e crinas,
como têm as demais zebras. O ventre e as patas eram inteiramente
brancos. Semelhante pelagem fez com que em 1788 fosse classificada como
uma raça a parte.
Os
quaggas viviam em manadas no sudeste da África do Sul. Seu nome procede
da língua dos Khoi e é basicamente uma adaptação do ruído
característico emitido pelo animal.
Os
quaggas foram caçados pelos primeiros colonos holandeses, para
aproveitar sua carne e pele. Em meados do século XIX foram mortos
milhares de exemplares como parte de um plano de extermínio de animais
selvagens. Esta política tinha como objetivo aproveitar as terras onde
pastavam os quaggas para alimentar gado doméstico. A população destes
animais decresceu rapidamente, e em 12 de agosto de 1883 morreu o último
quagga que vivia em cativeiro no zôo de Amsterdã.
Seu DNA, estutado
no Smithsonian provou que o quagga era uma subespécie da zebra de
planície, que se definiu como raça entre 120 e 290 mil anos atrás. Hoje
só resta uma fotografia deste animal, tirada em 1870 no zôo de Londres.
Urso do Atlas (Ursus arctos crowtheri)
O
urso do Atlas era uma subespécie de urso pardo. Habitava na cordilheira
do Atlas, desde a Tunísia até o Marrocos. Trata-se do único urso que
habitou a África em épocas recentes, onde chegou do Oriente no
Pleistoceno. Tinha
um tamanho muito menor que outros ursos pardos. Sua pelagem era escura,
praticamente negra, no dorso e cinza nas patas e nas costas. Alguns
textos romanos mencionam como "abundantes" na cordilheira do Atlas, uma
região que nessa época estava coberta por bosques de pinheiros.
Inclusive pode ser visto representado em mosaicos romanos dessa época, e
possivelmente tenha sido usado nos espetáculos do circo romano.
A
caça e a destruição de seu hábitat natural praticamente já tinham
exterminado com a espécie quando foi estudado cientificamente pela
primeira vez. Em 1830, o rei de Marrocos tinha um exemplar em cativeiro,
e o último relatório de um avistagem de um destes ursos foi em 1867,
próximo a Edough, na fronteira entre o Marrocos e Argélia. Não viveram
para serem fotografados.
Leão do Cabo (Panthera leo melanochaitus)
Este
leão de 250 quilos de peso era o maior daqueles em território
sul-africano. Vivia na zona das planícies herbáceas do Karoo, ao
sudoeste da África do Sul. Com freqüência culpam os colonizadores
holandeses (os "bóers") por sua extinção , mas sabe-se que os
verdadeiros responsáveis por seu extermínio foram os ingleses. No
início do século XIX começaram a caçá-lo indiscriminadamente, em parte
por esporte e em parte como represália a seus ataques ao gado. Após
muitos esforços e bala, conseguiram exterminá-lo em meados da década de
1860.
Os
machos maiores pesavam até 250 quilos e as fêmeas, 180 quilos de peso.
Os machos tinham uma densa melena negra que se prolongava parcialmente
pelo ventre. Estes leões não eram muito abundantes pelo que não formavam
grandes grupos, senão que levavam uma vida solitária como predadores
oportunistas. Quando conheceram os animais domésticos, presas fáceis,
chegaram ao extremo de escalar as paliçadas dos assentamentos europeus.
O Castelo de Boa Esperança foi construído precisamente para evitar seus
ataques.
O último leão do Cabo morreu em mãos de um tal general Bisset, numa caça
promovida no natal de 1865. Hoje só podem ser vistos empalhados em
museus.
Codorna da Nova Zelândia (Coturnix novaezelandiae)
Conhecida
como Koreke em língua maorí, era uma ave que deveria figurar no livro
dos recordes. Foram precisos apenas 40 anso para exterminá-la. O
primeiro espécime foi capturado em 1827, e os últimos exemplares foram
caçados entre 1867 e 1868. Fisicamente, macho e fêmea eram similares em
aspecto, ainda que o tamanho da fêmea era menor. O primeiro cientista em
descrevê-la foi Joseph Banks, que visitou as ilhas na primeira viagem
de Cook. Acredita-se
que abundava em 1865. A extinção foi fruto da introdução de animais
forasteiros por britânicos: ratos, porcos, etc. Por suposto, os colonos
também colaboraram bastante com a caça devido a sua saborosa carne.
Alca gigante (Pinguinus impennis)
Foi
a espécie maior das alcas, até que foi extinto em 1844. Conhecido como
"alca imperial", "grande pingüim" ou simplesmente "pingüim".
Foi
muito abundante na época romana ao longo da costa do Oceano Atlântico,
desde a Flórida até a Groenlândia, incluindo Islândia, Escandinávia, as
Ilhas Britânicas, Europa Ocidental e Marrocos. Também podia ser
encontrado em todo o Mar Báltico e ao oeste do Mar Mediterrâneo.
Os
exemplares adultos mediam ao redor de um metro de altura, e sua
plumagem era negra nas costas, pescoço e cabeça. Ao lado destacavam duas
manchas brancas, o que lhe conferiu o nome o nome: pen gwyn que
significa precisamente "cabeça branca" em gaélico. As patas eram escuras
e palmeadas. Seu bico, que utilizava para caçar debaixo d'água, era
muito robusto. O traço mais distintivo destas aves era sua incapacidade
para voar e sua adaptação ao mergulho.
Justamente
sua incapacidade de voar, e o saboroso de seus ovos significou seu fim:
vítimas da caça indiscriminada, no final do século XVI o alca gigante
já tinha desaparecido da Europa continental e na América do Norte só
abundava ao norte de Nova York. Em 1758 era um animal sumamente raro e
em 1800 só podia se visto na Islândia.
Quando
dois barcos atracaram na Islândia em 1808 e 1813, na época do ano em
que punham seus ovos, foi selada a sua sorte. O último casal vivo destes
animais foi visto em 2 de junho de 1844.
Tigre persa (Panthera tigris virgata)
O
tigre persa era também conhecido como "tigre do Cáspio"”. Habitava a
região compreendida pela península de Anatólia, o Cáucaso, o Kurdistão,
norte do Iraque e Irã, Afeganistão e grande parte da Ásia Central (até a
Mongólia). Esta subespécie de tigre era uma das maiores, só era menor
que o tigre siberiano e o de bengala.
Sua
pelagem era amarela ou dourada, com zonas brancas nas costas e cara. As
riscas tinham uma cor marrom e no inverno a pelafgem da cabeça crescia
para ajudar a suportar o frio das montanhas asiáticas. Isto lhe
proporcionava uma característica de "barba” na zona das bochechas.
Os
machos pesavam entre 169 e 240 kg, com 2.65 a 2.95 metros de tamanho.
Nas fortes patas estavam as garras excepcionalmente longas, maiores que
as de qualquer outro tigre.
Com
o progressivo aumento da população humana, o tigre reduziu sua área de
ocupação. Quando os czares da Rússia ocuparam as terras fronteiriças da
Ásia Central e do Cáucaso, ordenaram ao exército para exterminá-lo. A
desflorestação produzida pelos colonos encarregou-se dos poucos que
sobreviveram ao extermínio. O último avistamento foi no Tadjikistão em
1961.
Pika sarda (Prolagus sardus)
Este
estranho animal, um tipo de lebre gigante, extinguiu-se aproximadamente
em 1800. Foi uma espécie nativa da ilha de Cerdenha e foi descrita por
alguns autores como um "coelho gigante sem rabo". A esquisitice de sua
carne custou a vida a todos os exemplares da ilha, e só sobreviveram no
continente as "pika sarda" e "pika corsa”, duas subespécies.
Foram
reportadas ocasionais avistamentos de pikas selvagens no interior da
ilha de Cerdenha, mas nenhum pôde ser verificado. A última menção que
pode se encontrar digna de ser fiel à verdade é a realizada por Cetti em
1774, que descreve as como "ratos gigantes" muito abundantes na ilha de
Tavolara, vizinha à ilha de Cerdenha.
Coqui dourado (Eleutherodactylus jasperi)
O
coquí é uma diminuta rã que habitava em Porto Rico. Recebeu este nome
pelo chamado de duas notas que fazem os machos, que soa justamente como
"co" - "quí". A fêmea do coquí punha entre vinte e cinco e quarenta ovos
a cada vez, em folhas de bromélias e seus filhotes nasciam
completamente formados, como adultos em miniatura. Esta forma de
reprodução permitia-lhes a independência das fontes água que precisam
espécies parecidas para que se desenvolvam.
O
coquí dourado possuía uma característica cor amarela dourado e um
pequeno tamanho de só 2 cm. Habitava principalmente na região da Serra
de Cayey. Alguns naturalistas resistem-se a declarar extinta a esta
espécie, mas também não se produziram avistamientos de exemplares nos
últimos anos.
Concretamente,
estão ameaçadas 12% das espécies de aves, 23% de mamíferos, 52% de
insetos, 32% de anfíbios, 51% de répteis, 25% de tubarões e 20% de
raias.
Vale
a pena ressaltar que a maioria destas ONG's de defesa dos animais hoje
estão no velho continente, aquele mesmo que foi matar o único urso da
África, caçar por esporte o maior Leão da África do Sul, a levar os
dingos (lobos) para ajudar a extinguir o lobo ba Tasmânia na Austrália e
também a sair pelos mares "catando" ovos de pingüins.